13.2.12

O fim da amizade

Como a confusão sexual corrompeu a amizade entre homens

Um filme de Hollywood se tornou um ponto de destaque na cultura americana em 2005. Embora não tenha sido exatamente um campeão de bilheteria, o Segredo de Brokeback Moutain, estrelando Heath Ledger e Jake Gyllenhal como dois cowboys ligados por um romance homossexual, foi aclamado pela crítica e promovido exaustivamente pelos meios de comunicação. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas o premiou com três Oscars, em 2006, incluindo Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado.

Dirigido por Ang Lee, o segredo de Brokeback Mountain baseia-se em uma pequena história que tem o mesmo título, escrita por Annie Prolux. A história é bem vívida, retratando um romance homossexual inesperado entre dois cowboys que se viram sozinhos numa barraca. À medida que a história se desenvolve, o relacionamento homossexual continua até que os dois homens se casam e cada um estabelece sua família.

Tanto a história como o filme incluem sexo explícito e retratam a dor e a turbulência sentidas pelas famílias dos dois homens, enquanto eles experimentam, periodicamente, o que é descrito como “viagens para pescar nas quais não há pescaria”. Apesar disso, o filme apresenta o romance homossexual como um relacionamento a ser admirado – insinuando que, se nossa sociedade se livrasse de suas inibições quanto à homossexualidade, esses homens poderiam ter prosseguido o seu relacionamento, vivendo sempre juntos e felizes.

Em um sentido, o verdadeiro significado de O segredo de Brokeback Mountain não tinha qualquer interesse especial para a cinematografia. Em vez disso, estava plenamente relacionado à nossa cultura e ao colapso da ordem sexual. O segredo de Brokeback Mountain representa algo novo nas principais tendências culturais – uma celebração do romance homossexual na tela gigante. O próprio fato de que esse filme estrela dois atores relativamente jovens, bem conhecidos, e de que atraiu a atenção lisonjeira dos críticos de Hollywood indica que algo bastante sério está em progresso. Realmente não é importante que todos tenham visto o filme. Agora que essa barreira cultural foi derrubada, exibições de relacionamentos e romances semelhantes deverão, com certeza, infiltrar-se no entretenimento popular – e rapidamente.

Anthony Esolen, professor de Inglês, no Providence College, em Providence, Rhode Island, adverte que esse colapso da ordem natural do sexo tem levado à morte da amizade – particularmente, à morte da amizade entre homens.
 
 

No artigo A Requiem for Friendship: Why Boys Will Not Be Boys and Other Consequences of the Sexual Revolution [Um réquiem em favor da amizade: por que os rapazes não são rapazes e outras consequências da revolução sexual], publicado na revista Touchstone, edição de setembro de 2005, Esolen começa lembrando aos leitores uma cena de O Senhor dos Anéis, a grandiosa obra de J. R. R. Tolkien. Sam Gamgee, depois de seguir o seu senhor Frodo até Mordor, o reino das trevas, acha-o meio inconsciente em uma pequena cela imunda. “Frodo! Sr. Frodo, meu amado!”, exclama Sam. “Sou eu, Sam, cheguei!” Frodo abraça seu amigo, e Sam embala ao peito a cabeça de Frodo. Como sugere Esolen, um leitor ou um espectador desta cena talvez se precipitará numa conclusão perversa: “O que é isso? Eles são gays?”


Esolen também sugere que essas perguntas são uma “reação ignorante e inevitável” ao contexto. Ele prossegue e lembra que Shakespeare e muitos outros grandes autores falaram do amor não sexual entre homens usando termos fortes. De modo semelhante, quando Davi foi informado sobre a morte de Jônatas, ele exclamou: “Excepcional era teu amor, ultrapassando o amor de mulheres” (2Sm 1.26)

Conforme Esolen entende, a corrpução da linguagem contribui para a confusão. Quando palavras como amor, amigo, macho, fêmea e companheiro são transformadas em um novo contexto sexual, aquilo que era entendido como puro e imaculado está agora sujeito a escárnio desrespeito. Esolen insiste que essa mudança linguística não foi acidental. Ele acusa os “pansexualistas” de corromperem a linguagem, a fim de tornarem normal a confusão e a anarquia sexual. Eles têm usado a linguagem “como uma ferramenta para estabelecer sua própria ordem e imporem-na aos demais”, Esolen argumenta. “Os pansexualistas – aqueles que crêem na liberação do dogma de que, se dois adultos consentem em fazer o que desejarem com sua vida particular, isso não é problema de ninguém – entendem que a linguagem tinha de ser mudada para auxiliar na realização de seu sonho e que essa realização mudaria o mundo, porque mudaria a linguagem para todos”.

Qual a relação de tudo isso com O segredo de Brokeback Mountain? “A homossexualidade aberta, celebrada de maneira ousada e desafiante, muda a linguagem para todos”, insiste Esolen. “Se um homem coloca seu braço ao redor da cintura de outro homem, isso agora é um sinal – quer ele esteja na direita ou na esquerda política, quer ele creia ou não nas prescrições bíblicas sobre a homossexualidade.” Esolen oferece uma avaliação franca e inesquecível: “Se um homem embala a cabeça de seu amigo entristecido, a sombra de suspeita surge na mente do espectador”.

Uma das palavras e realidades mais evidentemente corrompidas por causa da anarquia sexual é amizade – em especial, a amizade masculina. “Para os homens modernos, a amizade não é mais forjada no ardor da batalha, ou na poeira das planícies, enquanto eles guiam seus rebanhos através do país, ou no ar sufocante de uma mina de carvão, ou mesmo na fumaça de cigarros em um clube de debates”, observa Esolen. A maioria dos homens não se vê mais em situações que encorajam e inculcam a amizade masculina. Como Esolen observa: “A revolução sexual também quase matou a amizade masculina devotada a qualquer outra coisa além de bebidas alcoólicas e assistir esportes; e o movimento homossexual, um resultado inevitável de quarenta anos de promiscuidade heterossexual e tolice feminista, parece que a matará definitivamente e fechará o seu caixão”.

O que isso significa para os homens é bastante ruim, mas Esolen é convicente quando argumenta que as vítimas mais vulneráveis da morte da amizade são os rapazes. “A proeminência da homossexualidade masculina muda a linguagem para os rapazes adolescentes. É cruel e absurdo dizer que o rapaz pode ignora-lá. Ainda que pudesse, seus colegas não o deixariam. Todos os rapazes precisam provar que não são fracassos. Precisam provar que estão se tornando homens – que não reincidirão na necessidade de serem protegidos por e, consequentemente, identificados com sua mãe”. Esolen argumenta que os rapazes, destituídos do reconhecimento normal da masculinidade e de amizades seguras com outros rapazes e homens, recorrem frequentemente à promiscuidade sexual agressiva com moças, a fim de provarem que não são homossexuais.

Esolen se posiciona a favor de algo muito importante. Eles nos recorda que todos os rapazes necessitam da camaradagem descomplicada de outros rapazes, a fim de galgarem seu próprio caminho rumo à masculinidade. A amizade compartilhada entre os meninos e os rapazes permite-lhes unir-se ao redor de interesses e atividades comuns e canalizarem sua curiosidade e energia naturais à participação de atividades compartilhadas. Quando os rapazes se reúnem, Esolen reconhece, eles “podem fazer, de modo fascinante, milhares de coisas criativas e perigosamente destrutivas”. É nesta altura que os adultos devem se introduzir, para guiar essas energias em direções positivas e estabelecer limites que impedem e desestimulam o comportamento errado. Em qualquer caso, esses rapazes não parariam de crescer, como Esolen argumenta que ocorre hoje. “Eles continuariam vivos”, ele afirma.

Tudo isso exige uma expectativa heterossexual descomplicada. Esolen ressalta o fato de que Abraham Lincoln, como rapaz, tinha de compartilhar, frequentemente, sua cama com seu amigo Joshua Speed. Os dois trocavam cartas que falavam sobre sua apreciação e amor um pelo outro. Os leitores modernos têm se precipitado na conclusão de que Lincoln era um homossexual. Esolen argumenta corretamente que esta “evidência” prova o oposto. Lincoln e Speed tinham liberdade para compartilhar a mesma cama e falar de sua amizade profunda, porque não temiam qualquer revelação desse fato ou de seu relacionamento ao público. Por quê? Porque o entendimento quase universal de todo o comportamento homossexual como imoral e pervertido criava um contexto em que ninguém teria a expectativa de que Lincoln estava envolvido em homossexualidade. Como Esolen explica: “ O estimgma contra a sodomia criava um ambiente amplo para uma amizade emocionalmente poderosa que não se envolvia em intercurso sexual, assim como o estigma contra o incesto cria o ambiente para a liberdade emocional e física de uma família”.

Em uma sessão verdadeiramente inesquecível de seu artigo, Esolen nos pede que imaginemos uma sociedade em que o tabu contra incesto foi removido. Nessas circunstâncias, nenhum tio se sentiria  à vontade para abraçar sua sobrinha jovem sem a acusação de interesse sexual. Os relacionamentos entre pais e filhos, irmãos e irmãs e parentes de todos os graus seriam corrompidos e arruinados pela imposição da suspeita sexual.

Conforme Esolne compreende, isso é o que acontece quando a homossexualidade é normalizada na cultura. Amizades normais e fraternas entre homens estão agora sob suspeita. Isso é especialmente verdadeiro no caso de rapazes e homens novos, que são menos seguros a respeito de sua masculinidade e mais preocupados com a sua própria identidade sexual – ou com  a identidade sexual de seus colegas.

A normalização da homossexualidade destrói a ordem natural da amizade entre homens. “Pense sobre essa amizade, na próxima vez que você ver os eternos adolescentes com boás de plumas e penas marchando pela avenida principal [da cidade], tornando conhecidas as suas inclinações a todos, quer estes se interessem, quer não,” Esolen instrui “Com todos os slogans repetidos continuamente e os sinais estidentes, eles excluem as palavras de amizade e apropriam-se de gestos saudáveis de amor entre homens e homens. Confesse: isso não o deixa intranquilo até para ler as palavras da última sentença?”

Evidentemente, somos informados de que aqueles que mantêm essas preocupações estão apenas evidenciando sua homofobia inata e suas inibições sexuais reprimidas. Os críticos celebrarão O segredo de Brokeback Mountain, e podemos esperar um dilúvio de temas, histórias e procuções semelhantes. A sociedade está amplamente corrompida pela normalizaçao da homossexualidade, e os laços de amizades masculinas normais estão enfraquecisos, se não destruídos. Lembre tudo isso, enquanto Hollywood celebra a sua última “realização” cultural.


Fonte: Closet Full

2 comentários:

  1. É sério isso o que eu li?

    Aposto que quem é seguro de sua sexualidade não tem o que temer. Tenho amigos heterossexuais que dão beijo. Eu mesmo, já fui à sauna, tomei banho em vestiários e, mesmo sendo homossexual, não vi problema nenhum, não estava procurando sexo. É uma energia boa de proximidade, intimidade. Posso ser homossexual, mas sou homem também e nem tenho medo que achem que sou heterossexual só porque consigo ter essa proximidade sem segundas intenções, assim como um heterossexual não devia ter medo de se aproximar de outros caras, até mesmo homossexuais, só porque outros podem pensar besteira. Esses outros que pensam besteira é que são a verdadeira ameaça e deveriam tratar de suas inseguranças, caso passem do limite de uma simples brincadeira. É normal também brincar com o outro, chamando de palavras classificadas como ofensivas e sinônimos de homossexual, afinal, infelizmente já está enraizado desde os primórdios (onde a homossexualidade ainda era extremamente reprimida) que ser homossexual ou demonstrar um lado mais feminino seja sinônimo de coisa ruim, mas até eu mesmo brinco com isso. Quem se ofende é que deve estar escondendo alguma coisa. Se me chamam de algo do tipo, eu farei o quê? Eu sou mesmo, oras. E se me chamassem de "hétero"? Eu deveria ficar bravo? Se me chamassem de loiro? Só porque eu não sou, eu deveria ficar ofendido? Claro que não.
    Isso tudo é lorota e desculpa de tradicionalistas machistas. Fica evidente quando, no texto, atacam até o feminismo, que nada mais é do que um movimento e corrente de pensamento que visa igualar a mulher ao homem, afinal, somos TODOS filhos de Deus, somos TODOS irmãos, nenhuma criatura é superior à outra (e sim, ainda existe sexismo hoje em dia, pode até haver algumas feministas extremistas que perdem a razão no que dizem, mas a hipocrisia e falta de bom senso também peca em outros). Só que não é isso que alguns pensam né... Sempre tem alguém para enxergar tudo como ameaça... Porque tudo isso vai destruir a humanidade... Como se já não existisse gente o suficiente nesse planeta. Fora que, as coisas não estão mudando, sempre foi tudo assim. A diferença é que, agora, pessoas podem ser elas mesmas, verdadeiras com sua própria essência sem ter medo, sem sofrer, podendo se expressar a qualquer momento e a qualquer hora, assim como um hétero-branco-católico. Não seria uma maravilha um mundo onde todos são felizes e respeitam o próximo? Deixam os julgamentos para Deus? Cuidam de sua própria vida? O que destrói a humanidade é o pensamento egoísta, são as guerras, é a sede pelo dinheiro, é a destruição de nossa própria moradia (o planeta Terra e todos os seus seres), é a sustentação de vícios ou realização de atos que fazem mal ao próximo e à própria pessoa... Isso sim destrói a família e a moral do ser humano. Existe um monte de filme nas "telonas" que mostra um monte de absurdo e ninguém fala nada... Filme de tortura, sexo entre heterossexuais de modo explícito e carnal, explosões, violência, sangue, ódio... Agora o amor entre duas pessoas do mesmo sexo e que, ao mesmo tempo, se atraem sexualmente pelo mesmo sexo, podendo viver juntar (por que não?) como parceiros, ter uma casa e tudo que um casal hétero pode fazer... Isso sim é horrível, né? É uma ameaça, vai destruir os garotos de hoje em dia, que, com certeza, tiveram pais machistas ou algo do tipo e sentem-se inseguros, sendo obrigados a reprimir certas coisas com medo de serem chamados de gays e sofrer bullying etc. Pior é quem realmente é e não pode fazer nada: ou sofre na mão dos outros ou cresce reprimido, traindo suas mulheres... Enfim.

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  2. Eu nasci em um mundo hétero-normativo, meus pais são héteros, eu cresci vendo filmes, novelas e muitas outras coisas que envolviam beijo entre um homem e mulher, cheguei sim a imitar as coisas que eu via (porque sim, é verdade, criança imita mesmo e eu já cheguei a beijar meninas quando era bem pequeno por conta disso, eu via meus pais se beijando de vez em quando em casa e imitava na escola) e... Olha só... Me descobri homossexual. Que coisa, não?
    E eu sei que sempre fui. Desde pequeno, eu gostava de brincar com as bonecas da minha irmã, vestia os sapatos da minha mãe, gostava de ser representado em jogos e brincadeiras por personagens femininas, sonhava em ser a princesa e ser salvo por um herói... E vivia com esse pensamento sem me dar conta que eu poderia ser homossexual, pois eu nem sabia direito o que era isso, ao mesmo tempo que eu tentava me encaixar no molde que a sociedade imprime em todos e espera do próximo. Até que eu tive minha primeira namoradinha aos 15 e, ao terminar o relacionamento, percebi que eu me atraia e queria era a energia masculina e que isso explicava um monte de coisa. Eu comecei a perceber que, na verdade, eu sempre fui assim... Desde quando me entendo por gente. E percebi que eu não precisava mudar (nem me forçar a ser que eu não sou ou nem tentar ser uma mulher), que existe a possibilidade de apenas ser quem você é. E hoje eu sei que tenho um corpo masculino, tenho uma energia feminina que faz parte de minha essência que é muito mais aflorada e faz com que eu me sinta atraído por outros corpos masculinos e seres com energia masculina, assim como mulheres fortes, determinadas, independentes e duronas (admiro-as, mas nunca cheguei a me atrair sexualmente rs). A natureza é assim. Se isso fosse contra Deus, ele não teria me feito desse jeito. Eu nunca precisei me esforçar para ser do jeito que sou, nunca me ensinaram nada (como eu falei, pelo contrário, se fosse assim, era para eu ser hétero, pois cresci em um mundo e família onde isso era o correto e esperado), eu nunca fui possuído por demônio nenhum ou nada do tipo, sou uma pessoa do bem, quero o bem do próximo, um mundo melhor e sempre tive tudo e agradeço a Deus todo dia por isso. Ele com certeza me ama e MUITO, porque sempre tive o que quis, sempre fiz tudo de acordo com sua vontade, eu sinto o amor divino todo dia em minha vida. E é por isso que sei e afirmo que não há problema nenhum em ser homossexual me expressar do jeito que sou. E ainda digo mais: se eu estiver no caminho errado, peço pelo amor de Deus que eu seja iluminado e guiado para a trilha da verdade. Enquanto nada acontece, faço apenas o que sempre fiz, sou o que sempre fui.

    Realmente espero que o mundo seja um lugar onde todos possam expressar seu amor da maneira como quiserem! O amor vence qualquer coisa, o amor está em tudo e em todos, o amor é a engrenagem do universo. Deus é amor.

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